domingo, 14 de setembro de 2008

Carta de um marido à sua esposa

Carta de um marido à sua esposa

Desconfio dessas melancias que crescem no asfalto. O asfalto é um lugar difícil de aparecerem frutos. Em outros poemas já surgiram flores. Agora melancias... Mas tiraram fotos. Toda imprensa paraense queria entrevistar o responsável pela incidente que parou o trânsito. E nem existia. O mundo veio de um peixe, segundo teorias delirantes, e a melancia achou que ali era um bom lugar, um lugar apropriado para sua sobrevivência. Claro que é uma palhaçada alguém achar que pode viver no calor do asfalto do meio-dia. Principalmente ‘alguém’ dessa origem. Ela queria mesmo era ibope. Fez até um vídeo para entrar no Big Brother 15, e uma campanha política. Conseguiu se eleger, e a parentada toda que veio do interior surgiu toda naquela rua. Todos foram nomeados para cargos de confiança, da primeira melancia vereadora do mundo que ganhou as páginas dos jornais para leitores ingênuos. Não fez nenhum projeto de lei. Nem aparecia para reuniões. Só queria, como todo fruto, nascer, amadurecer, conquistas alguma glória, morrer e ter dinheiro pra contratar mulheres carpideiras. E assim aconteceu. Volto na próxima semana, trazendo novidades. Manda um cheiro nas crianças.

FIM



Olha, isso saí é do ano passado. Não tem nada a ver com Mr. Créu

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